Características de personalidade Tipo A, doenças, tratamento

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Simon Doyle

personalidade tipo A (PCTA) é a tendência das pessoas a mostrarem ambição, competitividade e envolvimento no trabalho, bem como impaciência, urgência temporária e atitudes hostis. Esses comportamentos seriam observados apenas em situações estressantes ou desafiadoras.

Esse tipo de personalidade foi de Friedman e Rosenman (1959), dois cardiologistas que estudaram a incidência de aspectos psicológicos nas doenças coronárias. Esse padrão é o oposto do padrão de comportamento do tipo B, que são aquelas pessoas que estão relaxadas, abertas às emoções, tanto positivas quanto negativas e com alta capacidade de adaptação..

Os aspectos que envolvem a personalidade tipo A ou padrão de comportamento tipo A (PCTA) têm levado a muitas pesquisas sendo realizadas sobre os problemas de saúde que ele pode gerar, especificamente doenças cardiovasculares ou hipertensão..

É um estilo de vida ou comportamento que envolve respostas comportamentais, fisiológicas, cognitivas e emocionais. Ou seja, é um conceito que abrange uma infinidade de dimensões, onde a forma de expressão, atitudes e emoções, aspectos motivacionais, comportamentos abertos e aspectos cognitivos tornam-se importantes..

Existem diferenças entre homens e mulheres; enquanto os homens têm componentes mais elevados de raiva e hostilidade, as mulheres têm mais ansiedade e depressão.

Índice do artigo

  • 1 Características das pessoas com personalidade tipo A
    • 1.1 Competitividade e orientação para realização
    • 1.2 Impaciência e urgência temporária
    • 1.3 Hostilidade
    • 1.4 Comunicação
    • 1.5 Outros comportamentos
    • 1.6 Saúde
  • 2 Como o tipo A vê o trabalho?
    • 2.1 Importância do trabalho
    • 2.2 Desempenho
  • 3 Relação de padrão de comportamento tipo A e doenças
  • 4 Relação do padrão de comportamento tipo A e esporte
    • 4.1 Riscos
  • 5 Tratamento
    • 5.1 Objetivos
    • 5.2 Relaxamento
    • 5.3 Mudanças comportamentais
  • 6 Bibliografia

Características de pessoas com personalidade tipo A

Podemos detectar os seguintes componentes deste padrão de personalidade.

Orientação para competitividade e realização

Em relação às estratégias que utilizam para alcançar o sucesso, preferem trabalhar sozinhos em tarefas estressantes, mas nos momentos que antecedem a tarefa preferem estar na companhia de outras pessoas.

São pessoas viciadas em trabalho e perfeccionistas, procuram impulsivamente o sucesso e a concretização de todos os objetivos e metas que se propõem..

Impaciência e urgência temporária

São pessoas que trabalham em menor tempo, piorando sua tarefa se precisam de paciência e agem devagar. Por exemplo, para esses assuntos, o intervalo de 1 minuto passa mais rápido do que para o tipo B.

Essas pessoas não conseguem esperar, ficam incomodadas com qualquer coisa que atrase ou atrapalhe tudo o que têm que fazer, assim como seu progresso.

Hostilidade

São pessoas que reagem de forma mais agressiva quando são incomodadas ou interrompidas durante o trabalho. Sendo mais hostis, eles têm menos apoio social.

Comunicação

Eles falam alto, rápido, enfatizam muito com seus gestos e têm uma alta tensão nos músculos faciais. Eles parecem estar sempre com pressa e velocidade para os lugares. Eles são altamente motivados para a realização e orientados para o sucesso e ambição.

Embora se concentrem muito no trabalho e negligenciem outras áreas da vida, tendem a ter problemas profissionais e conjugais, além de uma grande incongruência social.

Outros comportamentos

Eles têm fobia de perder tempo, não gostam de esperar, não gostam de situações imprevisíveis que desperdiçam seu tempo. Eles exibem muitos comportamentos nervosos, como ficar inquietos, ranger os dentes ou roer as unhas, ficar agitados na maior parte do tempo.

Eles são catastróficos, não conseguem parar de pensar nos erros cometidos e no futuro.

Saúde

Em relação aos aspectos de saúde, o tipo A tem menos consciência de fadiga ou dor e tem maior autocontrole.

Por outro lado, eles prestam menos atenção a estímulos irritantes e irrelevantes. Além disso, eles têm problemas de insônia devido a preocupações contínuas e pensamentos frustrantes..

Como o tipo A vê o trabalho?

O trabalho assumiu uma importância diferente ao longo do tempo. Atualmente os conhecimentos, crenças, valores e modelos culturais que o cercam influenciam a forma como as pessoas o percebem..

Já não o veem apenas como meio de sobrevivência, mas como meio de se destacar dos demais, como meio de desestressar e esquecer os problemas, fugir da realidade ou, pelo contrário, como fonte de estresse e preocupações adicionais.

Importância do trabalho

Ao contrário das pessoas com PCTB, o tipo A são indivíduos que veem o trabalho como uma obrigação e valorizam a posição que ocupam e a promoção que podem alcançar no futuro.

Um dos seus principais objetivos é ganhar um bom salário e ter uma carga de atividades variadas. Por outro lado, dão muito menos importância às relações interpessoais.

Existem aspectos do PCTA que podem influenciar positivamente a vida profissional do indivíduo, por exemplo, motivacionais, no entanto, aqueles relacionados à hostilidade e impaciência podem impactar negativamente.

Desempenho

No mundo do trabalho, as disciplinas do tipo A podem se destacar mais, por se tratar de um ambiente onde a pressão física e de tempo é alta, além da competitividade.

Por outro lado, a preocupação com o desempenho e o desejo de sucesso e reconhecimento parecem orientar essas pessoas a obter maiores conquistas reais..

Além disso, os perfis profissionais que ocupam são os de maior responsabilidade e estatuto..

Relação de padrão de comportamento tipo A e doenças

Existem inúmeras investigações que revelam a relação da PCTA com distúrbios clínicos coronários, sugerindo que este padrão de personalidade é um preditor de doença coronariana e indicando o componente de hostilidade como o mais prejudicial.

As distorções cognitivas associadas à hostilidade desempenham um papel fundamental na raiva e agressividade desses sujeitos. Também está associado à capacidade de resposta fisiológica em conflitos interpessoais e a níveis mais elevados de estresse interpessoal.

Em relação aos mecanismos que vinculam o padrão comportamental à doença coronariana, uma das hipóteses mais difundidas consiste na crença de que esses sujeitos apresentam hiperresponsividade cardiovascular..

O papel dessa história familiar na hipertensão foi amplamente estudado e parece estar associado a vários sintomas. Entre eles:

  • Maiores elevações na pressão arterial sistólica (alta) durante uma série de breves estressores laboratoriais.
  • Maiores aumentos na frequência cardíaca e pressão arterial diastólica (baixa) em tarefas de prevenção de choque elétrico.
  • Aumento da frequência cardíaca e pressão arterial diastólica durante tarefas aritméticas.
  • Pressão sistólica mais alta em tarefas de formação de conceito.

Relação do padrão de comportamento tipo A e esporte

O PCTA foi estudado especialmente em atletas competitivos. Os agentes psicossociais que têm maior influência na vida dos jovens são os pais, treinadores e o grupo de pares, que são especialmente relevantes durante a adolescência..

Há pesquisas que encontraram relação entre as redes de apoio social do atleta e o grau de estresse percebido.

A prática esportiva não favorece, por si só, o aparecimento de traços de personalidade tipo A em atletas adolescentes, mas a adaptação às demandas da competição esportiva necessita do apoio do meio psicossocial (pais, treinadores, amigos).

Por outro lado, estar exposto a um alto grau de estresse está intimamente relacionado à possibilidade do aparecimento de traços comportamentais do Tipo A.

Isso pode estar relacionado à má adaptação desses sujeitos por apresentarem habilidades de enfrentamento inadequadas, em decorrência da falta de apoio..

Riscos

Atletas com PCTA apresentam recuperação mais lenta de seus índices psicofisiológicos frente ao estresse, mas isso não tem relação com serem mais predispostos a sofrer de doença coronariana, por apresentarem muito bom estado físico e aproveitarem a experiência competitiva.

Segundo alguns autores, o PCTA só está associado ao risco de alterações cardíacas em casos de pobre repertório de enfrentamento.

Por outro lado, verificou-se que esses sujeitos tendem a treinar com mais frequência e são mais motivados a treinar sem entusiasmo. Já os pais são mais exigentes e menos positivos na avaliação do desempenho dos filhos.

Tratamento

A intervenção preventiva tanto do padrão de comportamento do tipo A quanto de sua influência na doença coronariana deve incluir orientações que vão dos fatores de risco aos emocionais, para gerar maior bem-estar na pessoa.

Cada intervenção dependerá da análise individual de cada pessoa, mas uma intervenção global é sempre necessária para a criação de programas coletivos que incluam os riscos dos indivíduos e grupos em geral..

metas

O objetivo principal é a redução das estratégias ativas de enfrentamento e sua substituição por técnicas que reduzam a tensão e a ansiedade por meio da modificação dos componentes comportamentais, cognitivos e fisiológicos..

Em relação à competitividade, observou-se que os sujeitos com pontuação alta nessa dimensão tendem a utilizar um mecanismo de atenção que significaria uma menor percepção dos sintomas..

Indivíduos com alto índice de impaciência-hostilidade apresentam maior ansiedade nos três níveis de resposta (cognitivo, fisiológico e motor), em mais situações e especificamente nas situações de avaliação pessoal e assunção de responsabilidades, situações fóbicas e situações habituais ou cotidianas.

Relaxamento

Os possíveis riscos levam a levar em consideração a necessidade de uma intervenção baseada na prevenção do risco coronariano nestes sujeitos.

Além disso, tendo em vista que, dependendo da situação, as respostas de estímulo à ansiedade são de modalidades diferentes, devem ser utilizadas técnicas cognitivo-comportamentais que se ajustem ao perfil topográfico e funcional dos sujeitos..

Mudanças comportamentais

A utilização de programas que modificam o comportamento dessas pessoas é uma alternativa eficaz para que ocorram mudanças comportamentais e no estilo de vida, reduzindo assim a probabilidade de desenvolverem doença coronariana..

Bibliografia

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