Biografia de Mario Molina e contribuições para a ciência

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Charles McCarthy

Mario molina é um cientista mexicano que nasceu na Cidade do México em 1943. Ele foi educado em seu país natal e, posteriormente, na Alemanha e nos Estados Unidos. Considerado um mexicano universal, conquistou reconhecimento científico mundial, o que o levou a colaborar em instituições e projetos em todo o mundo, além de ser assessor de gabinetes executivos em questões climáticas..

As contribuições de Mario Molina o destacam como uma das maiores referências em termos de preservação ambiental. Ele é conhecido principalmente por seus trabalhos relacionados à deterioração da camada de ozônio causada por gases industriais conhecidos como clorofluorcarbonos (CFCs). Esses estudos e posições lhe renderam o Prêmio Nobel de Química em 1995.

Hoje, Mario Molina é membro de várias academias nacionais de ciências; ele foi professor e convidado em importantes universidades em todo o mundo; tem um grande apoio em projetos e pesquisas científicas, bem como um trabalho escrito de grande importância. Ele preside e trabalha em um centro de pesquisa que leva seu nome.

Índice do artigo

  • 1 biografia
    • 1.1 Estudos
    • 1.2 Rowland e a camada de ozônio
    • 1.3 Defesa da teoria
    • 1.4 Protocolo em Montreal
    • 1.5 Trabalho investigativo e agradecimentos
    • 1.6 Notícias
  • 2 contribuições
    • 2.1 CFCs e seu impacto na camada de ozônio
    • 2.2 Propriedades do átomo
    • 2.3 Tratados funcionais
    • 2.4 Qualidade do ar urbano
    • 2.5 Mudanças climáticas
    • 2.6 Centro Mario Molina
    • 2.7 Publicações científicas
    • 2.8 Imagem pública e política
  • 3 prêmios
  • 4 referências

Biografia

Mario Molina nasceu na Cidade do México, México, em 19 de março de 1943. Seu pai era Roberto Molina Pasquel, diplomata e especialista em Direito; e sua mãe era Leonor Henríquez Verdugo.

Desde muito jovem, Mario mostrou que se sentia atraído pela ciência. Quando era pequeno, observou um protozoário através de um microscópio de brinquedo, o que o cativou muito.

Seu interesse pela ciência era tão grande que ele até transformou um banheiro de sua casa em um pequeno laboratório, no qual gostava de passar horas.

Estudos

A família de Mario Molina tinha uma tradição de que seus membros fossem estudar na Suíça; Quando Mario tinha onze anos, era hora de ele estudar no exterior.

Molina já havia optado por se dedicar à pesquisa na área de química, opção que escolheu ao invés de se dedicar a tocar violino profissionalmente, atividade da qual também gostava muito..

Retornou ao México após uma temporada na Europa e em 1960 formou-se em engenharia química na Universidade Nacional Autônoma do México, especificamente na Faculdade de Química. Concluiu os estudos em 1965 e depois viajou para a Alemanha para continuar a sua formação, onde fez pós-graduação na Universidade de Friburgo.

Após sua formação na Alemanha, Mario Molina retornou ao México, onde trabalhou como professor assistente na Universidade Nacional Autônoma do México, sua alma mater, e criou a primeira pós-graduação em Engenharia Química em todo o México..

Depois disso, em 1968, ele viajou para os Estados Unidos e estudou na Universidade da Califórnia, localizada em Berkeley. Nesta casa de estudos obteve o doutoramento em Física e Química, em 1972.

Rowland e a camada de ozônio

Enquanto estava na Califórnia, ele conheceu Frank Sherwood Rowland, um cientista e professor dos Estados Unidos, que também ganhou o Prêmio Nobel em 1995 como resultado de sua pesquisa sobre a camada de ozônio e sua deterioração.

Na época, Molina era reconhecido como um pesquisador com especial enfoque na questão ambiental..

Molina concentrou seus esforços em aumentar o conhecimento sobre a estratosfera e foi um dos primeiros cientistas a reconhecer o quão perigosos os clorofluorcarbonetos (presentes em refrigerantes, aerossóis e outros elementos de uso diário) podem ser para a camada de ozônio..

Molina e Rowland colaboraram entre si em diversas ocasiões, especialmente em pesquisas relacionadas às propriedades do átomo no campo químico, especificamente aplicadas à radioatividade..

Além disso, a partir de 1974, esses dois cientistas anunciaram que a camada de ozônio apresentava uma superfície mais fina na área da Antártica.

Ambos indicaram que o uso de produtos contendo clorofluorcarbonetos, usados ​​pelo homem desde cerca de 1940, estava afetando fortemente a camada de ozônio no nível estratosférico, deteriorando-a e tornando-a inútil..

Naquela época as advertências feitas por Molina e Rowland não eram levadas em consideração, eram até consideradas excessivas.

Defesa da teoria

A abordagem feita por Mario Molina em conjunto com Sherwood Rowland foi muito delicada, pois estabeleceram que muitos produtos de uso diário, produzidos por grandes e poderosas indústrias, causavam sérios danos ao planeta..

Isso significava que Molina e Rowland tinham que enfrentar uma indústria poderosa que se sentia sob ataque. Ao longo de todo esse processo, Molina se dedicou a assessorar instituições públicas e privadas sobre o tema e, em muitos casos, teve que enfrentar representantes da esfera política e econômica do governo..

O trabalho acabou dando certo, pois as empresas que fabricam produtos de clorofluorocarbono admitiram que, na verdade, esse elemento era prejudicial à camada de ozônio..

Protocolo em Montreal

Em 1987 foram observados os frutos de todo o trabalho que Mario Molina havia realizado em relação à defesa de sua teoria, apresentado em conjunto com Frank Rowland..

Naquele ano, o Protocolo começou a ser negociado em Montreal, por meio do qual se promove a redução do consumo de substâncias comprovadamente nocivas à camada de ozônio..

Esse protocolo está em vigor desde 1989, ano em que foi oficializado, e estima-se que em 2050 a camada de ozônio possa ter se recuperado. O estabelecimento deste protocolo foi fruto do trabalho de vários cientistas, entre os quais se destaca Mario Molina..

Trabalho investigativo e prêmios

Molina continuou seu trabalho ambiental na área de engenharia química. Este cientista trabalhou no Laboratório de Propulsão a Jato, vinculado ao Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos.

Em 1989 começou a trabalhar como pesquisador e professor no Departamento de Ciências Atmosféricas, Planetárias e da Terra, vinculado ao Instituto de Tecnologia de Massachusetts, também nos Estados Unidos. Neste contexto, estando vinculado a este instituto, Mario Molina obteve a nacionalidade norte-americana.

Em 1994, Mario Molina obteve o reconhecimento do presidente dos Estados Unidos, Bill Clinton, que o ofereceu para integrar o comitê consultivo presidencial, do qual participam apenas 18 cientistas que analisam aspectos científicos e tecnológicos..

Em 1995, Mario Molina recebeu o Prêmio Nobel de Química por suas pesquisas relacionadas à camada de ozônio, no campo da química atmosférica. Este prêmio foi recebido junto com seu colega de trabalho, Frank Rowland.

Presente

Hoje Mario Molina continua a trabalhar na área da engenharia química com enfoque ambiental.

Em junho de 2018 Molina falou sobre a importância de cumprir o Acordo de Paris, cujo objetivo é regular as emissões de gases que geram o efeito estufa. Molina estabeleceu que, se este acordo não for cumprido, as consequências ambientais podem ser muito graves.

Contribuições

CFCs e seu impacto na camada de ozônio

Em 1974, Mario Molina estava trabalhando com o cientista F.S. Rowland, e toda uma equipe de pesquisa, em algumas previsões sobre o afinamento da camada de ozônio, que eles descreveram como uma consequência da emissão de gases que emanam em nível industrial e doméstico: clorofluorocarbonos.

Esses gases são geralmente emitidos como resíduos de processos de refrigeração industrial e por produtos aerossóis, e têm capacidade de permanecer na atmosfera por até 100 anos..

O trabalho de Molina deu um impulso importante às nações para começarem a trabalhar juntas e combater a poluição do ar.

Propriedades do átomo

Antes de focar nos efeitos dos CFCs na atmosfera, e durante seus anos de estudos nos Estados Unidos, Mario Molina fez parte do departamento da Universidade de Berkeley, sob a tutela de um dos pioneiros no desenvolvimento de estruturas moleculares..

Aqui ele começou seu trabalho, junto com F.S. Rowland, que seria co-autor de sua obra mais representativa, focou na compreensão das propriedades químicas do átomo em processos radioativos.

Essa primeira abordagem aos componentes moleculares levou Molina a se interessar por partículas químicas inertes na atmosfera..

Tratados funcionais

A postura de Molina em relação à poluição do ar após a publicação de suas descobertas levou as sociedades a tomarem medidas para reduzir suas emissões poluentes..

Afirma-se que a influência do trabalho de Molina o levou a estar presente nos acordos que levaram ao estabelecimento do Protocolo de Montreal em 1994; um dos tratados internacionais que tem demonstrado maior eficácia na aplicação de suas diretrizes.

Qualidade do ar urbano

O primeiro livro dele, Qualidade do ar na megacidade do México: uma abordagem abrangente, Publicado em 2005 em parceria com Luisa Molina, traz em suas páginas as contribuições de mais de uma centena de especialistas e profissionais da ciência, a respeito de suas considerações sobre a qualidade do ar urbano..

O conteúdo deste livro, cujo comando da pesquisa foi liderado por Mario Molina, é considerado uma referência moderna indispensável e o suporte de cenários e políticas internacionais que devem ser considerados mundialmente..

Colocando na mesa um exemplo como o da Cidade do México, podem ser adotadas posições que beneficiem cenários menos prejudicados.

A mudança climática

Más recientemente, Molina vio publicado su segundo trabajo bibliográfico en conjunto con otros autores, esta vez abordando las causas, consecuencias y fenómenos del cambio climático, analizando los factores que han llevado al hombre a este punto, y los posibles escenarios a corto, mediano y longo prazo.

Publicado em 2016, este trabalho reforça o posicionamento que Molina mantém diante da deterioração atmosférica e climática de origem humana.

Mario Molina Center

Este centro de pesquisa, localizado na Cidade do México, é a representação física do legado que Mario Molina deixou no cenário científico mundial..

Hoje o Centro Mario Molina é considerado um bastião a partir do qual trabalhamos incansavelmente para continuar realizando pesquisas pertinentes sobre mudanças climáticas..

O objetivo mais claro desta instituição é ser um representante influente nas decisões políticas locais e nacionais em favor da conservação do clima e do meio ambiente. Da mesma forma, incentiva a colaboração internacional para este bem comum..

Publicações Científicas

Mario Molina carrega consigo uma considerável formação científica, onde os seus artigos, hoje disponíveis para consulta, são de grande importância..

A sua dedicação ao tema da poluição atmosférica não se limitou ao conteúdo científico e às colaborações internacionais que tem conseguido realizar..

Molina também investigou os esforços e resultados dos tratados internacionais estabelecidos ao longo dos anos, bem como trabalhou em conjunto para gerar previsões e cenários sobre os quais trabalhar no futuro..

Imagem pública e política

O nascimento de uma influência pública após a divulgação de seus resultados permitiu a Mario Molina posicionar-se em altas instâncias diplomáticas e internacionais a fim de não só expor uma realidade, mas também participar de sua mudança..

A importância internacional que o cientista adquiriu o levou a supervisionar as decisões de tratados internacionais sobre mudanças climáticas.

A influência de suas ações o levou a receber condecorações internacionais como o Prêmio Campeões da Terra, concedido pelas Nações Unidas, e a Medalha Presidencial da Liberdade dos Estados Unidos..

Mario Molina, além de seus projetos de pesquisa, atuou como consultor em conservação do clima para governos como Barack Obama, pertencente ao seu Conselho de Conselheiros de Ciência e Tecnologia; e, mais recentemente, ele aconselhou e aconselhou representantes do governo e Enrique Peña Nieto, atual presidente do México.

Prêmios

-Prêmio Nobel de Química em 1995.

-Em 1995 ele recebeu o prêmio do Programa da Organização das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

-Ele recebeu os prêmios Essekeb em 1987; e Tyler, em 1983, concedido pela American Chemical Society.

-Recebeu o Prêmio Newcomb-Cleveland, em 1987, concedido pela Associação Americana para o Avanço da Ciência. Nesse caso, ele recebeu o prêmio em função de um texto que publicou em revista científica. Ciência, no qual ele falou sobre as investigações relacionadas ao buraco na camada de ozônio.

-Em 1989 recebeu a medalha da National Aeronautics and Space Administration, mais conhecida por sua sigla em inglês, NASA.

Referências

  1. Bruzón, L. (8 de abril de 2002). Mario Molina. Cientista mexicano, descobridor do buraco na camada de ozônio. Agência EFE.
  2. Centro Mario Molina. (2014). Educação sobre Mudança Climática. México, D.F.: Centro Mario Molina.
  3. Centro Mario Molina. (s.f.). Biografia Dr. Mario Molina. Obtido do Centro Mario Molina: centromariomolina.org
  4. Chimal, C. (2014). Nuvens no céu mexicano: Mario Molina, pioneiro do ambientalismo. Alfaguara.
  5. Leal, J. (2006). Qualidade do ar na megacidade do México. Uma avaliação integrada. Revista Eure, 141-145.

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