Existem pessoas que, após uma discussão com o parceiro, um fracasso no trabalho ou qualquer outro acontecimento, passam horas ruminando sobre o que aconteceu, gerando pensamentos improdutivos e impedindo o desenvolvimento de uma vida satisfatória. Um excesso desse tipo de pensamento é o que chamaremos de ruminação.
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São pensamentos prejudiciais persistentes, ou seja, aparecem repetidamente, dando origem a sentimentos de frustração. Na pessoa há uma luta entre querer parar de pensar sobre um acontecimento e não poder parar de fazê-lo, uma presença de pensamentos negativos sobre o que está sendo vivido, sobre si mesmo ou sobre o meio ambiente. A mesma cena é constantemente revivida, uma separação, uma crítica, um erro cometido no passado. Cada pequeno detalhe da situação ainda está sendo analisado sem podermos resolver nada porque isso já aconteceu.
Uma característica das ruminações é que elas não perseguem o objetivo de resolver o problema. Não chegamos a nenhuma conclusão que nos traga alívio, mas sim ao que fazemos ao lembrar uma situação específica repetidamente, guardando em nós as emoções de raiva e tristeza que tínhamos naquele momento. São pensamentos que nada resolvem, pelo contrário, tornam-se um problema em si mesmos. A pessoa está presa em seu próprio ciclo de pensamentos, o que torna difícil para ela tomar iniciativas que permitam que ela se distraia e nas quais possa se concentrar.
A ruminação aumenta a inatividade e com ela os momentos em que não temos a mente ocupada, será então que a ruminação tende a ter maior frequência e intensidade.
As ruminações ocorrem sobretudo em pessoas com transtornos depressivos com maior frequência do que no resto da população em geral, que também pode apresentá-las em determinados momentos, pois não param de pensar repetidamente e de ângulos diferentes as situações, aumenta o estado de tristeza desde incapaz de encontrar uma solução.
Se nos acostumarmos a focar nossa atenção no mal, podemos desenvolver a necessidade de continuar fazendo isso e se torna cada vez mais difícil parar o círculo.
Manter essas emoções negativas por muito tempo pode nos levar a sofrer de problemas de ansiedade e sintomas depressivos.
Se adquirimos o hábito de ruminar, é possível que tendamos a ver outros aspectos de nossa vida negativamente..
Não só aumenta o estresse emocional, mas também o físico, aumentando a probabilidade de sofrer de doenças cardiovasculares.
Assim, levando em consideração como pode afetar o estado da pessoa, é importante tentar minimizar seus efeitos, reduzindo o número de ocasiões que nos aparecem e ao mesmo tempo cortando o círculo vicioso que o aciona..
Embora existam algumas técnicas que podem ajudar, não são soluções mágicas, por isso devemos ser constantes em seu uso para sermos eficazes.
No momento em que a pessoa perceber que está ruminando, tente parar de pensar nisso. Você pode usar um sinal criado pela pessoa, como imaginar um sinal de pare ou dizer em voz alta Chega!
Outra maneira de evitar a ruminação é estar totalmente focado no presente, o aqui e agora, uma vez que a ruminação consiste em reviver um evento negativo e passado repetidamente. Para isso, é altamente recomendável praticar a atenção plena.
Momentos de tédio, antes de dormir, quando algo não saiu como pensávamos, e depois à procura de uma atividade que nos obriga a estar mentalmente ocupados neste momento.
Isso nos permitirá conhecer o fio condutor das preocupações e poder analisá-las em outros momentos para ver se são verdadeiras ou são interpretações distorcidas de nossa realidade..
O esporte; auxilia na liberação de endorfinas e requer concentração em uma tarefa em tempo real.
Esses recursos são pessoais e todos podem ter predileção por alguns deles ou pela combinação de ambos, por isso é interessante praticá-los em diferentes contextos para poder generalizá-los o máximo possível. Se tivermos escrito as coisas que funcionam para nós, será mais fácil realizá-las em tempos de crise para interromper esses pensamentos. Definitivamente o importante é ocupar ou distrair a mente para que a ruminação não se torne crônica e nos impeça de aproveitar a vida com tranquilidade.
Fernández Marcos, T. (2017). A interferência da ruminação obsessiva na atenção. (Tese de doutorado)
Biglieri, R. R. (2004). Terapia cognitiva em pacientes com ruminação obsessiva. ERTE, 15 (56), 85-90.
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