Causas da miiose, fisiopatologia e tratamentos

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Philip Kelley
Causas da miiose, fisiopatologia e tratamentos

miose É a contração da pupila do olho. Esta é uma resposta normal que limita a quantidade de luz que entra no globo ocular em condições de iluminação intensa. É o resultado final do reflexo fotomotor, que é responsável pela contração da pupila (miose) quando há muita luz no ambiente, sendo o normal a contração pupilar de ambos os olhos em resposta às condições de iluminação..

No entanto, nem em todos os casos a miose é normal; na verdade, quando ocorre em condições de pouca luz, é acompanhada por outros sintomas (como sonolência ou desorientação). Quando ocorre em apenas um olho, deve ser considerado patológico.

Fonte: pixabay.com

É extremamente importante determinar a causa, pois geralmente é devido a condições graves que podem comprometer a vida da pessoa.

A avaliação da miose é muito simples, basta observar diretamente o olho da pessoa e determinar o diâmetro da pupila; enquanto for 2 mm ou menos, vai falar de miose.

Índice do artigo

  • 1 causas 
    • 1.1 Reflexo fotomotor
  • 2 Fisiopatologia 
    • 2.1 Lesões de integração do reflexo fotomotor 
    • 2.2 Efeitos de substâncias tóxicas, medicamentos ou drogas
  • 3 tratamentos
  • 4 referências 

Causas

A miose é, na maioria dos casos, uma resposta normal às condições de iluminação externa e representa o sinal clínico visível da ativação do reflexo fotomotor..

Quando o referido reflexo está alterado, seja por lesões orgânicas ou em consequência do efeito de substâncias tóxicas ou medicamentos, diz-se que é uma miose patológica, sendo necessário um exame físico completo para determinar a causa e poder corrigi-la ..

Para compreender bem a miose, é essencial conhecer o seu mecanismo (fisiologia); uma vez feito isso, será mais fácil identificar as diferentes patologias que desencadeiam uma miose patológica.

Reflexo fotomotor

O reflexo fotomotor começa quando a luz entra no globo ocular e estimula as células fotorreceptoras localizadas na retina (cones, bastonetes, células ganglionares fotoreptoras), convertendo a luz em um impulso elétrico que viaja através das fibras sensoriais do segundo para o craniano (nervo oftálmico) para o mesencéfalo.

Nesta região o impulso atinge o núcleo pretectal localizado no colículo superior, este sem passar pelo núcleo geniculado lateral ou pelo córtex visual, pois o reflexo está integrado exclusivamente no mesencéfalo sem a participação de estruturas superiores.

Uma vez que o impulso sensorial atinge o núcleo pretectal, ele estimula os neurônios que o ligam ao núcleo visceromotor de Edinger-Westphal, de onde partem as fibras motoras parassimpáticas que acompanham o terceiro nervo craniano (nervo oculomotor).

Una vez que el III par craneal entra a la órbita, las fibras parasimpáticas que lo  acompañan ingresan al ganglio ciliar desde donde salen las fibras motoras postganglionares conocidas como nervios ciliares cortos, que en última instancia serán las responsables de la contracción del músculo ciliar en respuesta à luz.

É conhecido como um reflexo fotomotor direto à contração da pupila (miose) em resposta ao estímulo direto da luz no mesmo olho; ou seja, a luz entra no olho direito e a pupila direita se contrai.

Além do reflexo fotomotor direto, existe o que é conhecido como reflexo consensual, que consiste na contração da pupila contralateral em resposta ao estímulo luminoso no olho oposto; por exemplo, a luz estimula o olho direito e a pupila do olho esquerdo se contrai.

O reflexo consensual é responsável por ambas as pupilas terem o mesmo grau de miose, portanto espera-se que em condições normais as pupilas sejam simétricas. Quando isso não acontecer, um dano ao caminho de integração reflexa deve ser considerado..

Fisiopatologia

Quando a miose ocorre em condições de pouca luz, é assimétrica (um olho é sim e o outro não) ou é acompanhada por outros sintomas clínicos, como confusão, desorientação ou estado alterado de consciência, uma miose patológica deve ser considerada.

As causas da miose patológica são múltiplas e muito variadas, sendo objeto de extensos tratados médicos, porém, do ponto de vista geral, dois grandes grupos de causas podem ser considerados:

- Lesões da via de integração do reflexo fotomotor.

- Efeitos de substâncias tóxicas, medicamentos ou drogas.

Em geral, a história clínica do paciente, os achados do exame físico e os exames complementares (tomografia, exames toxicológicos ou outros conforme o caso), permitem estabelecer com precisão a causa da miiose patológica, esta sendo de vital importância importância já que De acordo com a causa, o tratamento deve ser decidido.

Lesões de integração do reflexo fotomotor 

A cadeia reflexiva fotomotora e consensual pode ser afetada em vários pontos, desde lesões na retina que impedem o estímulo luminoso de se tornar um estímulo elétrico, até alterações nos nervos motores que impedem a contração do músculo ciliar em resposta à luz..

São inúmeras as patologias e lesões que podem alterar o reflexo fotomotor induzindo miose patológica, sendo as mais frequentes alguns tipos de hemorragias cerebrais (como hemorragias pontinas), síndrome de Horner, tumor de Pancoast e cefaleia em salvas, para citar apenas algumas das causas mais comuns.

Síndrome de Horner

Na síndrome de Horner, há envolvimento das fibras simpáticas responsáveis ​​pela midríase (dilatação da pupila), razão pela qual o equilíbrio entre miiose e midríase é perdido em resposta às diferentes condições de luz ambiente..

Quando isso ocorre, a inervação neurovegetativa do olho é comandada exclusivamente pelo sistema parassimpático, que, não tendo ninguém para antagonizá-lo, produz uma miose sustentada e patológica do olho, cuja via simpática está comprometida..

Tumor Pancoast

Uma causa rara, mas muito séria, de miose é o tumor de Pancoast, um tipo de câncer de pulmão que envolve o ápice do órgão infiltrando estruturas adjacentes, incluindo os nódulos simpáticos cervicais. Quando isso ocorre, há envolvimento das fibras simpáticas, como ocorre na síndrome de Horner..

Por outro lado, na cefaleia em salvas há abolição transitória da midríase devido a uma alteração patológica ainda não bem definida da via simpática, deixando mais uma vez a inervação neurovegetativa comandada pelo parassimpático, que induz miose sustentada por não ter antagonismo natural. Simpático. sistema.

Efeitos de substâncias tóxicas, medicamentos ou drogas

Os medicamentos, drogas e toxinas que podem exercer efeitos no sistema parassimpático são muitos e de vários tipos, porém existe um denominador comum que nos permite suspeitar dos efeitos tóxicos de alguma substância como responsáveis ​​pela miose: os sintomas neurológicos associados.

Sinais neurológicos, como estupor, confusão, sonolência, agitação, distúrbio sensorial ou deficiência motora, geralmente estão presentes em qualquer paciente com miose induzida por drogas ou drogas.

Tudo depende do tipo de substância envolvida na miose, sendo esta a diferença mais evidente no que diz respeito às lesões orgânicas, mas nunca se deve ignorar a possibilidade de hemorragias cerebrais, que por vezes podem ser muito semelhantes a intoxicações..

As substâncias que causam miose incluem:

- Todos os derivados de opióides

- Agentes colinérgicos (como acetilcolina)

- Inibidores da acetilcolinesterase (neostigmina, fisostigmina) 

- Nicotina

- Parassimpaticomiméticos (como a pilocarpina, um medicamento comumente usado para tratar o glaucoma)

- Medicamentos antipsicóticos (como haldol e risperidona)

- Alguns anti-histamínicos como difenidramina

- Imidazolinas, incluindo o anti-hipertensivo clonidina

Tratamentos

O tratamento da miose vai depender muito da causa, na verdade a miose fisiológica não requer nenhum tratamento, assim como aquela que ocorre como efeito colateral de um medicamento usado no tratamento de uma patologia conhecida (pilocarpina, clonidina, etc.).

Nos casos em que o tratamento é necessário, geralmente será necessário identificar a causa e iniciar o tratamento apropriado para a causa específica, desde que haja um disponível; Isso implica que a miose em si não é tratada, uma vez que constitui um sintoma, portanto, a doença subjacente responsável por ela deve ser atacada.

Referências

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  2. Lee, H. K., & Wang, S. C. (1975). Mecanismo de miose induzida por morfina no cão. Journal of Pharmacology and Experimental Therapeutics192(2), 415-431.
  3. Duffin, R. M., Camras, C. B., Gardner, S. K., & Pettit, T. H. (1982). Inibidores de miose induzida cirurgicamente. Oftalmologia89(8), 966-979.
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