O conceito de morte em diferentes culturas e religiões

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Robert Johnston
O conceito de morte em diferentes culturas e religiões

Para a cultura ocidental, a questão da morte é mais complicada, pois incentiva o conceito de apego, de crescer com a ideia do “para sempre”, sem falar na morte, o que dificulta “carregar” duelos de forma saudável. caminho..

Em outras culturas, desde crianças, o tema da morte está tão presente nos ritos, na própria vida, que se entende que faz parte dela e está perfeitamente integrado. Nós nascemos, crescemos e morremos. É normalizado e aceito.

Conteúdo

  • México
  • África
  • budismo
  • Hinduísmo
  • Tibete

México

A sociedade mexicana entrou em contato violento com o cristianismo no século XVI, e o catolicismo prevaleceu, substituindo o que antes da chegada dos conquistadores eram suas divindades. No México do século 16, os símbolos nativos foram irremediavelmente combinados com os católicos.

Um bom exemplo disso é o Dia dos Mortos no México. A arqueologia ajudou a saber que a prática de ofertar e que os mortos não deixavam sozinhos (mas com alimentos, armas e riquezas), era algo comum há milhares de anos em diferentes sociedades pré-hispânicas..

Dia dos Mortos, México

As oferendas e altares (chamados de Altar de Muertos) são muito frequentes, e naquele dia (conhecido na Espanha como Dia de los Difuntos, 1º de novembro e no calendário asteca comemorado em julho-agosto), no México é celebrado de uma forma muito diferente. . O dia é uma festa inteira no país e eles acontecem

Altares incrivelmente artísticos dos mortos em todo o México.

África

O Lumbalú fez referência tanto aos cantos ao morto, quanto ao rito de passagem. No Lumbalú as pessoas cantam, choram, dançam freneticamente e louvam os mortos que estão presentes. A vela dura 9 dias, e o mais importante é o último. No Lumbalú tudo irradia africanidade. Se o falecido for bem honrado com este rito, ele consegue cruzar aquela fronteira para o mundo dos mortos e não fica na casa da família..

O Lumbalú mantém a solidariedade e a identidade comunitária como sua ideia central. Esses tipos de ritos de passagem ou transição variam de uma cultura para outra, mas têm o mesmo propósito: fortalecer os laços do grupo.

E é que as sociedades também se reforçam na vida graças à morte, uma experiência vital que, embora seja difícil para muitos aceitar, é inevitável e necessária..

Lumbalú. África

Em geral, e principalmente em nossa cultura ocidental, não fomos preparados desde a infância para a morte, para as perdas, somos educados na cultura do apego, e a morte é considerada tabu, pouco se fala, é evitada, ela está sempre cercada de medo.

budismo

Nas culturas orientais que praticam o budismo, a vida não termina com a morte. A pessoa reencarnou em outra vida e deve aprender, em cada vida, lições a serem aprimoradas até se tornar um ser espiritual puro, que foi aperfeiçoado por meio dessas diferentes vidas..

De acordo com a visão budista, a vida é eterna. Por passar por sucessivas encarnações, a morte é considerada não tanto a cessação de uma existência quanto o início de uma nova. Para os budistas, o fenômeno da transmigração é óbvio, então a morte é necessária.

budismo

À medida que morremos, podemos apreciar as maravilhas da vida. Para falar da maneira ideal de morrer, é preciso falar da maneira ideal de viver. Passar pelo processo da morte de forma satisfatória depende dos constantes esforços que são feitos ao longo da vida para acumular boas causas, para contribuir para a felicidade dos outros e para fortalecer o fundamento do bem e da humanidade no mais profundo de nossas vidas. O budismo garante que aqueles que praticam sinceramente se aproximarão da morte em um estado de plena satisfação.

Hinduísmo

A preocupação do hindu não é a morte. Para ele, esse não é o inimigo. Desde seu nascimento, a morte para ele não é um termo. Ele vai renascer em outro lugar e o importante é interromper a cadeia de renascimentos. Ele sempre pertenceu à eternidade. Ele é uma manifestação do divino. Desde o momento em que nasceu, ele é um ser estranho ao mundo. Já tem uma pré-existência, já existiu de alguma forma e, quando desaparece, não há passagem do ser ao nada..

Se o ocidental busca a imortalidade e deseja evitar a morte que o angustia, o hindu, por outro lado, busca se libertar da vida, escapar para a existência terrena..

Ele considera sua existência social e histórica como uma negação do ser, e seu objetivo é renunciar a ela. A existência é para ele a ausência de realidade e não afirmação do que é e se torna.

No pensamento religioso do hinduísmo, a morte consiste na união da alma individual com a alma universal, por isso acredita-se que ao morrer se passa não para outra vida como a que conhecemos na Terra, mas para outra forma de existência, que é essencialmente espiritual.

Hinduísmo

De acordo com o hinduísmo, cada pessoa vive muitas vidas ao longo de sua existência. Este ciclo eterno de reencarnações é chamado de "samsara". Quando alguém morre, sua alma renasce, reencarnou, em outro corpo. O que acontece com você em cada vida é o resultado de vidas anteriores. Ou seja, a pessoa reencarnará em um corpo bom se em sua vida anterior se comportou de acordo com seu dever na vida ou "dharma". Se eles forem bons, ele reencarnará em uma forma de vida superior. O que você faz bem o torna bom e o que você faz mal o torna mau.

Tibete

Entre os tibetanos, suas atitudes em relação à morte e ao morrer não têm o tabu geral que encontramos no Ocidente. Lá eles encontram a morte com respeito e veneração. E a existência da morte se torna um estimulante para o desenvolvimento do homem. Esse crescimento é enfatizado ao longo da vida, principalmente quando a pessoa está morrendo..

Tibete

Um princípio básico do sistema budista - que permeia a vida dos tibetanos - é o caráter transitório e a mudança constante de todo o universo. Lá a existência da morte é usada como um elemento psicológico indispensável para a consciência da natureza transitória da vida, da mudança de todas as coisas e do valor precioso deste exato momento, do aqui e agora..


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