Como tratar uma criança autista? 23 dicas eficazes

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Charles McCarthy
Como tratar uma criança autista? 23 dicas eficazes

Aprender a tratar crianças autistas O bem é essencial para sua educação, seu futuro, bem-estar psicológico e qualidade de vida para toda a família. Aqui estão 23 dicas práticas.

Quando uma família descobre que seu filho tem autismo, uma das primeiras perguntas que pode vir à mente é como devem tratá-lo a partir de então. Seja sob os cuidados dele, a forma como você se comunica com ele ou até mesmo o educa.

É verdade que cada pessoa com autismo é diferente, mas em geral existem algumas orientações que podemos seguir que farão nosso relacionamento melhorar e ser mais positivo e enriquecedor para ambas as partes..

23 dicas para tratar crianças autistas

1- Ter uma vida regida por uma programação

As crianças com autismo não são flexíveis no seu dia a dia, por isso deve ser regido por atividades que cumpram sempre o mesmo horário, caso contrário vamos despertar incompreensão e frustração..

Se seguirmos essa metodologia, a criança será capaz de antecipar tudo o que fará durante o dia, reduzindo assim seu estresse e desconforto. Uma boa maneira de fazer isso é ter uma grande programação em algum lugar da casa com todas as atividades que você fará durante a semana, para que possa consultá-las sempre que quiser..

Embora você sempre faça as mesmas atividades, é bom que uma vez por semana a atividade seja alterada. Se for apresentado com antecedência, você vai conseguir internalizar que há uma mudança e aos poucos vamos tornando algo mais flexível.

2- Evite a raiva sempre que possível

Acontece com pessoas com autismo da mesma forma que acontece com quem não tem esse transtorno. O que acontece ao seu redor os afeta, mesmo que alguns não tenham a capacidade de demonstrar ou comunicar isso.

No caso de eles não terem feito algo corretamente ou de seu comportamento não ter sido adequado, devemos informar que isso nos incomodou. Tudo isso de forma calma e tranquila. Se fizermos isso de forma agressiva, podemos criar ansiedade e deixá-los nervosos também.

3- Não fale muito com eles

Às vezes, eles podem não querer se comunicar com ninguém. Como pais e mães devemos respeitar que nosso filho naquele dia não queira falar ou mesmo ser conversado. Se o forçarmos, é possível que alteremos sua paz de espírito e possamos desencadear comportamentos agressivos..

Por outro lado, não é aconselhável falar com eles muito rapidamente, pois alguns não têm boas habilidades de comunicação e, como no caso anterior, podemos gerar frustração e ansiedade..

4- Recompense o que você faz bem

Assim como acontece com as pessoas que não têm esse transtorno, elas adoram saber que agiram corretamente. Nosso dever como pais é transmitir essa mensagem a eles recompensando esse comportamento com algo de que sabemos que eles gostam..

O mesmo aconteceria caso eles não tivessem um bom comportamento ou não fizessem algo corretamente. Nesse caso, é recomendável puni-lo tirando algo de que sabemos que ele gosta por um certo tempo..

Se a gente o está ensinando a fazer alguma coisa, é normal que no começo isso lhe custe muito. Pode até demorar mais do que o “normal”. Temos que ser pacientes e não ficar chateados, pois podemos afetá-lo negativamente.

5- Ajude-os a entender seus arredores

Devemos ter em mente que é difícil para ele entender porque as coisas são feitas de uma forma e não de outra. Pessoas com autismo não entendem coisas que são muito abstratas, como as regras.

Portanto, como pais, devemos apoiá-los e fazer todo o possível para assimilar e internalizar o mundo ao seu redor de uma forma ou de outra..

6- Respeite o seu espaço

Algo tão simples como falar para cima ou dar um abraço nele sem esperar pode incomodar excessivamente as pessoas com autismo.

Como familiares temos que respeitar o seu espaço para não irritá-los e tornar o seu dia-a-dia mais confortável, lembrando que nunca os devemos deixar sozinhos..

7- Compreender sua forma de comunicação

Dependendo da pessoa que tem este transtorno, bem como de outras que possam estar associadas a ele, existem pessoas com autismo que podem se comunicar tanto com ajuda quanto sem ajuda e outras que não conseguem articular uma palavra..

Embora eles não tenham as mesmas habilidades de comunicação que nós, eles são capazes de se comunicar quando estão errados de outras maneiras: gritando, balançando, batendo as mãos, girando em um círculo ou até mesmo se machucando.

Portanto, devemos prestar atenção a esses comportamentos para saber exatamente o que precisa.

8- Pergunte o que ele é capaz de fazer

Embora ele possa ter limitações ou não fazer algumas coisas corretamente, temos que enfatizar e valorizar as coisas que ele sabe fazer. Uma boa maneira é dar a ele essa responsabilidade, por exemplo, se ele sabe colocar os guardanapos deixe ele colocá-los e peça..

9- Fale com eles claramente

Nem todos têm a capacidade de se comunicar corretamente ou entender o que dizemos a eles. Evite frases complexas e use uma linguagem clara e simples.

Recomenda-se que também acompanhemos o que dizemos com gestos visuais, isso o ajudará a entender o que estamos dizendo.

10- Veja além da sua doença

Não podemos culpar a nós mesmos, muito menos tratá-lo com pena ou arrependimento. Temos que ver que ele é uma pessoa como qualquer outra e que tem as mesmas necessidades que nós. Então ele também quer se divertir, curtir a família, fazer coisas novas (dentro de suas possibilidades), etc..

11- Aproveite a companhia deles

Crianças com autismo podem nos ensinar muitas coisas se prestarmos atenção. Temos que aproveitar cada minuto que estamos com eles e tentar fazer com que esses momentos sejam os melhores para ambas as partes..

12- Aceite como é

Temos que aceitar como é. Existem pessoas com esse transtorno que têm muitas manias que às vezes podem nos fazer sentir mal e que podem até mesmo se tornar um problema familiar.

Temos que encontrar a melhor solução para ambas as partes, sem afetar muito a pessoa com autismo de uma forma calma e sem ficarmos chateados.

13- Ajude-o a melhorar

É importante que tentemos melhorar essas limitações ou problemas que pode apresentar, dando-lhe as ferramentas necessárias. Se sabemos que você não pode estar em um lugar onde tem tanta gente, nosso dever para que você tenha qualidade de vida é ajudá-lo a superar seu estresse e enfrentar esse tipo de situação..

14- Promova sua autonomia

Como familiares não podemos nos sentir culpados por esta situação, devemos ser fortes e desde o primeiro momento dar-lhe as orientações necessárias para que quando crescer, na medida do possível seja autônomo e possa viver sozinho ou sem ajuda..

15- Continue trabalhando em família

É importante que como família trabalhemos juntos e muito mais quando temos uma pessoa com esse transtorno nela. Seguir as regras será essencial para dar à criança a estabilidade de que necessita.

Nosso filho será capaz de progredir e melhorar se todos os seus membros trabalharem nesse sentido e darem um exemplo para ele. Caso contrário, a família será um impedimento em sua evolução.

16- Fale com outros pais

Saber que existem outros pais com filhos com autismo. Além de nos tranquilizar, também nos permitirá informar sobre como eles estão organizados, como tratam seu filho e quais metodologias funcionam para eles e quais não..

Eles também podem nos ajudar com as terapias existentes, bem como com os medicamentos que podem funcionar melhor, se necessário..

17- Mantenha o senso de humor

É importante que tenhamos bom humor e saibamos aceitar a realidade como ela é e quanto mais cedo melhor. Se não o fizermos, podemos ser afetados e, por sua vez, podemos prejudicar nosso filho de forma negativa.

18- Planeje o futuro com o tempo

Como pais, temos um ciclo finito, isso pode criar ansiedade, pois não saberemos o que acontecerá com nosso filho quando não estivermos lá. Portanto, é importante que nos organizemos para ter tudo preparado para aquele dia e assim diminuir esse sentimento..

19- Fique atento aos avanços da criança e da família em geral

É importante estarmos atentos ao progresso que a família está fazendo, bem como ao progresso da criança. Isso ajudará a ver quanto progresso foi feito e nos fará sentir melhor..

20- fique calmo

Como referências dos pais, é importante que permaneçamos calmos o tempo todo, mesmo que em algumas ocasiões sintamos que as circunstâncias podem nos oprimir. Se ficarmos chateados, podemos afetar nosso filho negativamente e isso deve ser a última coisa.

21- Organize-se

Como mencionamos antes, as pessoas com autismo precisam ter uma vida quadrada devido à sua pouca flexibilidade. Temos que aprender a nos organizar pensando nisso para dar ao nosso filho a melhor qualidade de vida..

22- Aprenda sobre autismo

É importante que saibamos exatamente qual é a desordem que nosso filho tem para entendê-la e nos colocar em seu lugar. Isso vai melhorar seu relacionamento e também o tratamento que dá a ele..

23- Fale com seu irmão

Caso seu filho com autismo tenha um irmão mais novo ou mais velho que ele, temos que explicar o que está acontecendo com ele, bem como as regras que devem ser seguidas a partir de agora em casa.

Conhecer seu filho

As diretrizes que estabelecemos para tratar seu filho com autismo e para a família em geral, podem variar de criança para criança, bem como de família para família. A pessoa que melhor conhece o seu filho é você mesmo, por isso é importante que, mesmo que siga as regras gerais, recomendamos que formule as suas próprias.

Cada pessoa com autismo é diferente e seu comportamento depende de muitos fatores, incluindo: idade, temperamento, se tem doenças associadas ... Portanto:

  • Observe seu filho com atenção. Isso o ajudará a entender o comportamento dele e saber como agir, bem como seus gostos e as coisas que podem incomodá-lo..
  • Crie novas diretrizes. Com base nas conclusões que você tirou durante a observação, crie suas próprias diretrizes para tratar seu filho com autismo para ver se obtém os resultados esperados.
  • Ensaie e teste suas próprias diretrizes. A única maneira de ver se as diretrizes que você criou estão funcionando é testando-as nas diferentes situações cotidianas que podem surgir com seu filho. Caso contrário, teremos que retornar à seção inicial.
  • Ser consistente. É muito importante que você seja consistente com as diretrizes que você cria e que pretende seguir com seu filho. Então, você tem que pensar se é exatamente o que você quer e se é o melhor para ele.
  • Mantenha-os no tempo. O mais complicado é mantê-los ao longo do tempo, pode ser algo muito desgastante mas é importante para ele e para a família em geral que seja feito desta forma e não de outra.
  • Sirva-se de profissionais. Profissionais da educação, bem como profissionais de saúde mental, podem ajudá-lo com esses problemas. Sempre que precisar, é bom que você peça ajuda.

Conclusões

Como vimos, ter uma pessoa com autismo em nossa vida pode ser uma grande mudança. No entanto, não podemos nos deixar levar por emoções negativas e temos que aceitar a realidade como ela é..

No começo isso pode ser muito complicado, mas aos poucos vai sendo aceito e você vai fazer isso para o bem estar do seu filho. Não tenha medo de buscar ajuda para se apoiar ou até mesmo de ter um dia ruim, é natural que você se sinta assim..

Seguir essas diretrizes o ajudará a melhorar seu dia-a-dia com seu filho e mesmo com o tempo você seguirá o seu próprio trabalho para você. Bem, como já dissemos, cada pessoa com autismo é diferente e, embora tenhamos estabelecido regras gerais, é importante que você conheça seu filho para saber exatamente quais ferramentas seguir..

Que outras dicas você daria para tratar crianças com autismo?


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